quinta-feira, 17 de fevereiro de 2011

Publicidade que empobrece o rádio



A Ótica Diniz é sem dúvida, a empresa que mais investe em mídia eletrônica no Maranhão (sem preconceito de veículo), mas seus anúncios para o rádio têm deixado muito a desejar por conta das produções, que tem sido meras cópias do que vai ao ar na TV.

Na campanha em que a agência contratada usa a credibilidade do apresentador Rodrigo Faro para falar da ótica, o spot do rádio foi simplesmente o mesmo conteúdo do VT. Quer ver só? “Como apresentador viajo por todo Brasil e nessas andanças...”, assim inicia o texto. E aqui é que mora o perigo. Texto perfeito para a TV, que por ter o recurso da imagem, o telespectador, obviamente identifica que aquele cara é o inteligente e carismático apresentador da Record, mas para quem apenas escuta, vai ficar complicado saber quem está falando pra ele sobre a ótica Diniz.

Se a intenção é agregar-se ao produto a credibilidade, simpatia do artista, e levando-se em consideração que teremos ali duas produções: uma para a TV e outra para o rádio, então que custava pedir ao Faro só sua identificação para acrescentar ao spot? Não ficaria muito mais elegante o cara fazer uma cabeça dizendo o nome? Olá, eu sou Rodrigo Faro... e prossegue o texto. Simples assim, né?

Infelizmente esta tem sido um dura realidade dos produtores de comerciais para mídias eletrônicas, que apossando-se dessa atitude para economizar tempo, dinheiro e criatividade, não só empobrecem o veículo rádio, como ignoram o público deste meio. Parece que estão fazendo uma peça para autodidatas ou idiotas, ou seja, pensam que todo ouvinte de rádio tem obrigação de identificar uma voz (só porque tem a mesma peça na TV), ou que este espectador não merece saber dessa informação. Numa outra hipóteses, passam a idéia que o anunciante não ta nem aí ao público que pretende atingir, querendo apenas enfiar goela adentro seu produto, quando hoje o marketing é todo voltado a aproximar ao máximo o produto do seu consumidor potencial.

Lamenta-se que certas agências ainda tenham uma visão tão micro e pobre de uma campanha publicitária ao se esquecerem que cada mídia tem características e públicos de perfis diferentes e que a linguagem do rádio, por exemplo, ainda é 100% auditiva. Que os detalhes do áudio é que vão despertar no ouvinte o interesse pelo spot que vai ao ar. Assim reforçam esta peça a voz, a trilha, os efeitos e uma dose de criatividade, que vão influenciar na ação do consumidor potencial que ouve esta mídia a comprar o que está sendo anunciado. Do contrário, criam-se peças monótonas que nunca vão atingir o objetivo do anunciante, e que simplesmente vão apenas reforçar a fracassada idéia de que anunciar no rádio é jogar dinheiro fora. Publicidade que empobrece o rádio também não vende.

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