sábado, 5 de março de 2011

Baú vazio


Com a crise do Banco Panamericano e dinheiro saindo pelo "ladrão", o Grupo Silvio Santos parece perder um tanto o prestígio no mercado financeiro, e pelo andar da carruagem muitas empresas ainda podem sair do controle do homem do Baú por conta da má gestão que foi instalada na organização.

Em se tratando de crédito, executivos da Jequiti, uma das 43 empresas do homem sorriso, passaram boa parte de fevereiro batendo à porta de bancos, tentando conseguir um empréstimo para alongar o perfil de endividamento da fabricante de cosméticos.

Até o início de março, haviam conseguido somente 30% do que buscavam. Ainda assim, aceitando pagar juros altos para o porte da companhia (entre 1,40% e 1,90% ao mês) e mudando as garantias oferecidas aos credores. Ou seja: em vez de estoque de produtos, imóveis que pertencem ao Grupo.

Esse caso demonstra que o império do apresentador encontra as dificuldades para se financiar após a crise do Panamericano, que sofreu um rombo de R$ 4 bilhões em decorrência de fraudes contábeis promovidas pela administração que comandou o banco até o início de novembro.

Mesmo considerada a 'galinha dos ovos de ouro' do Grupo e avaliada em R$ 800 milhões, a Jequiti tem suado para conseguir crédito, embora o grupo desconverse. Por meio de sua assessoria, o Grupo Silvio Santos ameniza as especulações, ao afirmar ao Estadão, que 'está obtendo crédito normalmente'.

A falta de governança e transparência no Grupo e uma possível dívida de Silvio com a Receita Federal seriam os grandes causadores do afundamento das empresas do homem do Baú, como é o caso da Jequiti. Pra se ter uma idéia só as maiores empresas (SBT, Jequiti e o Baú), teriam um endividamento total que supera R$ 600 milhões.

A Jequiti iniciou sua odisséia pedindo R$ 80 milhões para pagar em 4 anos. Baixou para R$ 50 milhões e, segundo informações de mercado, havia conseguido R$ 15 milhões até o dia 04 de março. A dívida total da empresa somava R$ 220 milhões no final de janeiro.

Embora com todo esse endividamento a fabricante de cosmético ainda se mantém no poder de Senor Abravanel, mas fontes ligadas ao empresário revelam que o Baú da "in Felicidade" está à venda e que, suas lojas estariam interessando as Casas Bahia e o grupo mexicano Elektra, com quem estaria em negociação.

Com o Baú vazio, o Silvio Santos parece disposto a se desfazer de suas empresas uma a uma, podendo assim, chegar ao fim da linha, apenas com o SBT, já que ele garante que não pretende abrir mão da emissora, ao menos por enquanto.

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