segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Discurso de bombonzeiro


Parece sem direção as gravações desses programas do horário eleitoral gratuito do rádio e da TV. E se existem marketeiros de plantão para orientar o comportamento dos candidatos diante das câmeras e dos microfones, não estão influenciando em nada seus comandados, alias, estão sim, mas ao senso do ridículo. Os caras ficam lendo no teleprompter, ou no papelão do lado, e em alguns casos, parecem até ter dificuldade de entender o que está escrito para interpretar os textos. Os olhos ficam pra lá e pra cá e o candidato morto, não consegue transmitir a mínima emoção ao espectador, pelo contrário, mais servem de gozação ao público.

Um exemplo disso pode ser constatado na aparição inicial do professor Moacy Feitosa. O seu orientador de marketing conseguiu fazê-lo um homem doente, um soldado que ta entrando na guerra, já vencido. A expressão do candidato é de quem está pedindo esmola pelo amor de Deus. Além de um homem travado e nervoso, quase sem abrir a boca, apresenta uma narração linear sem sentimentos, sem a mínima motivação. Realmente não comoveu, não impressionou ninguém, a não ser quem está a frente de sua campanha, que ou não entende nada do assunto, ou o iludiu com aquele: "foi excelente, professor".
Fizeram do discurso do ex-secretário Municipal de Educação de São Luis, um lamento de bombonzeiros, sabe, daqueles garotos que entram no ônibus vendendo as famosas balinhas do coração ou do pulmão, do fígado...? Aliás, vamos fazer justiça, muitos deles se saem muito melhores vendendo bala do que o professor Moacy se vender como produto ao eleitor usando as mídias eletrônicas. Voto desse jeito, só mesmo por pura piedade.

Pelo currículo que tem este homem, de uma inteligência fantástica, de uma oratória espetacular, que conseguiu, inclusive, introduzir políticas educativas no serviço público da capital (que embora, em certos casos, um tanto questionáveis, teve forte adesão de seus comandados), acredito que o professor Moacy merece um carinho no trato de sua imagem, afinal, o eleitor precisa de idéias positivas, de homens e mulheres determinados, de firmeza em seus discursos. E para usar mídia, mais do que isso, o público espera o mínimo de carisma, não de um lamento.
Parece que o pessoal ai desconhece os princípios do marketing para o lançamento de um produto no mercado. Gente, a primeira impressão é sempre a que fica, não vamos esquecer disso, hein!

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